Resenha: Six Of Crows - Leigh Bardugo

''Sem luto, sem funerais''

NOTA : 🍭🍭🍭🍭🍭

ps: spoilers estão pintados de cinza. Para vê-los, é só selecionar a frase com o mouse :)

Oi, gente! Quero declarar que estou do lado mau da força, pois a minha torcida por ladrões se concretizou nesse livro. Pois é, julguem-me.

Leigh Bardugo, escritora da triologia Grisha, me conquistou novamente com seus personagens maravilhosos e carismáticos. Achei muito legal a construção de cada um deles, pois todos são diferentes.

História

O livro conta a história de um grupo de jovens que tem a missão de resgatar um homem. Tal homem é um cientista que criou uma droga, a jurda parem, a qual deixava os grishas (pessoas com poderes) com dons cada vez mais fortes, além de ser bem nociva. Eles encontrariam tal homem e o trariam salvo até os pagantes. Ponto.

O problema é chegar até o cientista. Ele estava preso em um lugar com um acesso muito complicado, cheio de guardas. Ponto. Não conto mais nada, isso é tudo o que vocês precisam saber. Não darei spoilers.

É importante comentar que ao longo do livro tem certos tipos de ‘’flashbacks’’ para explicar melhor a trama e os personagens. Ficou tudo muito bem feito e eu adorei!

Personagens

O grupo de jovens é bastante diversificado, porém, eles têm algo em comum: histórias tristes.

''Você é um chantagista...''

''Eu negocio informações.''

''Um vigarista...''

''Eu crio oportunidade.''

''Um cafetão e um assassino...''

''Eu não lido com prostitutas, e só mato quando há motivo.''

''E que motivo é esse?''

''O mesmo que o seu, mercador. Lucro.''

Kaz Brekker: o líder do grupo. Ele é irônico, sarcástico e calculista; é um assassino, um bandido e rei dos planos. Bardugo acertou em cheio neste personagem, porque ele é único. Brekker consegue nos deixar assustados e tristes ao mesmo tempo. O passado dele é bem infeliz, e seu presente, não muito longe disso. Kaz é tão temido, que é chamado de Mãos Sujas; ele usa luvas e faz as pessoas questionarem como seriam suas mãos, o que o deixa com um ar misterioso. Indivíduos cogitam muitas possibilidades: mãos de demônio, mãos com garras afiadas... Outro ponto que gosto muito é o fato de Kaz ser manco e usar bengala.— Bardugo mostrou que não precisa de ter um cara com o físico de um deus; a vulnerabilidade de Kaz é de certa forma, uma força a mais que ele carrega. E por último, um lado bastante controverso e que é gostosíssimo de ler, é o amor dele por uma certa @. É lindo de se ver a tentativa de indiferença que ele constrói, inutilmente. Ah, Kaz Brekker!

''Eu gosto de bolos.''

Nina: a grisha emponderada do grupo. Nina é uma diva! Ela tem o poder dos Corporalki —para quem não sabe ou não leu a triologia Grisha, os Corporalki tem poder sobre o corpo humano. Em diversos momentos ela o usa, para desmaiar pessoas ou ajudá-las. O que mais gosto de Nina é que ela não é uma mocinha que precisa ser salva e nem uma mulher com pose de A heroína; ela só é Nina, uma criatura estabanada que gosta de comer bolo, que possui muita força de vontade e que tem um orgulho enorme por ser grisha, defendendo sua raça com unhas e dentes.

''Ninguém mais se movia daquele jeito, como se o mundo fosse feito de fumaça e ela só estivesse passando por ele.''

Inej: se Inej não fosse humana ela seria um panda. Ela é uma criaturinha adorável e calma. É chamada de Espectro por ser muito boa em se esconder e escalar paredes; com isso, nem parece que está presente. Por causa de tal dom, ela é a espiã do grupo. Coleta diversas informações sobre as pessoas e as dá para Kaz. O passado de Inej é bem lamentável e ele ainda a deixa com as pernas bambas quando se vê de frente com pessoas de tempos atrás. Um fato que gosto de Inej, é que ela é bastante religiosa, e acredita nos santos.—ela acredita em Alina, pessoal! Alina, da triologia Grisha. Quase surtei quando li.— e coloca o nome deles em suas facas (ela além de ser a Espectro, é ótima com facas). Inej é maravilhosa e calma e um verdadeiro doce.

''Matthias Helvar era um drüskelle, um dos caçadores de bruxas fjerdanos encarregados de perseguir Grishas para levá-los a julgamento e executá-los, embora, para ela, ele sempre tivesse lembrado um guerreiro Santo, iluminado em ouro.''

Matthias: se Matthias fosse brasileiro ele seria bolsominion (É BRINCADEIRA KKKK). Ele faz parte de um grupo de homens que caçam grishas e é extremamente apaixonado pela nação em que vive, que tem cultura de caçar os pobres humanos possuidores de poderes. O homem entra para a equipe por saber de cor e salteado o mapa do lugar onde o cientista está escondido. Ele tem um passado sombrio com Nina que vai sendo desenrolado ao decorrer do livro. Tudo o que posso dizer é que amo demais o desenvolvimento dos dois ♥

''Jesper sempre se sentia melhor quando as pessoas estavam atirando nele. Não que ele gostasse da ideia de morrer, mas é que, ao preocupar-se em manter-se vivo, não pensava em mais nada.''

Jesper: ele é precioso e lindo! Na minha mente, o sorriso dele é um espetáculo. Além disso, é um ótimo atirador que gosta de se arriscar. Ele possui frases hilárias ao longo do livro e é muito fiel à Kaz. Com o decorrer da história, você descobre que ele também é um grisha, sendo da ordem dos Materialki, tendo o poder de controlar materiais. Ele não gosta de ser um, então não treina; quando é pressionado a utilizar seus dons, não é tão eficaz. Em resumo, assim como Inej, Jasper é um doce.

''Ele não era muito mais novo do que Kaz, mas de alguma forma parecia uma criança -- pele macia, olhos arregalados, como um filhote de orelhas felpudas em uma sala cheia de cães de rinha.''

Wylan: se Inej é um panda, Wylan é um panda recém-nascido. Ele é precioso! Entra no grupo como refém mas acaba provando seu valor com suas habilidades de inventar bugigangas que se tornaram necessárias ao decorrer das aventuras em que seus captores se meteram.

Pontos positivos 

• O romance é muito bem construído. Temos três casais trabalhados de forma diferente (entre eles).
• Os personagens têm personalidades diferentes, com histórias diferentes. Tudo muito bem explicado.
• As metáforas. Leigh Bardugo, que metáforas!

Pontos negativos 

• Em algumas cenas de ação eu me perdi. Muita informação que não grudou na minha imaginação.

Indico Six Of Crows para quem gosta de fantasia, romance e aventura. Você não se arrependerá, é uma promessa J