Oi, gente! Neste post trago um
poema muito especial que conheci por agora e já me apaixonei. O escolhido é
Canção, da poetisa Cecília Meireles. Se eu falasse que já tinha grande apreço
pelas obras dela, eu seria uma grande mentirosa. Já tinha ouvido falar,
obviamente, mas conhecer a arte de Cecília foi algo recente. E que sortuda foi
a minha pessoa ao encontrá-la.
Em relação à poesia, tudo o
que tenho a dizer, mais uma vez, é que a acho reconfortante. E este poema de
Cecília é a chave do meu cadeado da tranquilidade, enquanto tenho outros que
estão se impondo, sem chaves, trancando portas para mim atualmente.
Estou passando por um momento de
baixa autoestima, e a poesia me entende perfeitamente. Entende perfeitamente o
que meu âmago quer gritar para todos ouvirem, e o acalma de certa forma, porque
não sou a única presa num mundinho de pessimismo.
Muito bem, escolhi o poema
Canção porque ele vai diretamente para um lado que está implicando comigo no
momento: a vontade de enterrar os sonhos, desistir de tudo. O desânimo
completo. Agorinha, é o poema com o qual eu mais me identifico e tenho o prazer
de abraçar e espalhar para pessoas também desanimadas. Estamos juntos nessa,
pessoa desanimada do outro lado da tela.
Sem mais delongas,
apresento-os esta obra de Cecília Meireles que tanto gostei:
Canção
Pus o
meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Estou sim afirmando certo
desânimo, mas é melhor afirmá-lo do que fingir que ele não existe. Para
superá-lo, é preciso o entender primeiro. E eu o entenderei e trarei poemas
alegres para esse blog. Cadeados são destrancados, abrindo novas portas para
sentimentos mais bonitos. E Canção serviu de chave.
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